quinta-feira, 19 de maio de 2016

Brasil supera Argentina e Colômbia em número de leitores, diz pesquisa

O Brasil superou Argentina e Colômbia em número de leitores em 2015, segundo análise do Centro Regional de Fomento ao Livro na América Latina e no Caribe (Cerlalc), da Unesco. Os dados foram divulgados na quarta-feira (18) e fazem o cruzamento da mais recente pesquisa do Ibope sobre o tema com outros levantamentos do centro. De acordo com o Cerlalc, 85% dos argentinos, 78% dos brasileiros e 77% dos colombianos são leitores.

Em 2015, brasileiros leram 4,7 livros, enquanto argentinos leram três e, colombianos, dois livros. Já para aqueles que se consideram leitores os números são outros - brasileiros leram 7,7 livros em 2015, enquanto argentinos leram seis livros e colombianos 4,2 livros.

A análise do Cerlalc tem parâmetro diferente da realizada pelo Instituto Pró-Livro (IPL). Eles consideram como leitor a pessoa que leu alguma obra nos últimos 12 meses. O IPL adota o intervalo dos últimos três meses antes da pesquisa, por isso concluiu que 56% dos brasileiros são leitores.


Os dados foram expostos durante apresentação da 4ª Edição da pesquisa "Retratos de Leitura no Brasil", realizada pelo Ibope sob encomenda do Instituto Pró-Livro. Desde a segunda edição, o instituto adotou metodologia que considera as orientações do Centro Regional de Fomento ao Livro na América Latina e no Caribe (Cerlalc) e da Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI). O objetivo foi buscar um padrão internacional de medição que permita eventuais comparações e estudos sobre a questão da leitura nos países da região.

O colombiano Bernardo Jaramillo, diretor da Cerlalc, comparou os resultados da 4ª edição da pesquisa com medições feitas na Argentina e na Colômbia no mesmo período e ressaltou as diferenças metodológicas entre os três países.

A metodologia da pesquisa brasileira considera como leitor aquele que leu, inteiro ou em partes, pelo menos um livro nos últimos três meses. Já na colombiana, a metodologia considera como leitor aquele que leu um livro nos últimos 12 meses.

Jaramillo afirmou, em seu discurso, a importância da pesquisa feita pelo Instituto Pró Livro e observou que “o compartilhamento dos microdados faz com que cada um construa sua própria interpretação da pesquisa”.

Contudo, o colombiano ressaltou a importância de uma análise mais aprofundada dos indicadores, quando se trata de políticas públicas de fomento à leitura. “A leitura hoje necessita mais da antropologia do que números”, disse.

Segundo o diretor, a quantidade de livros lidos por habitante é um indicador importante, mas não único, já que outros dados podem trazer um caminho mais claro para as políticas públicas de leitura.
(*Sob supervisão de Ardilhes Moreira)

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